"Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor" (Salmos 119. 38).
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Deus e Sua Palavra
são fontes ricas em promessas e bênçãos (Dt 23.5; 2Sm 7. 29; 1Rs 8. 56; Sl 3.
8; 133. 3). A vida espiritual é mais saborosa quando é desfrutada na obediência
a Deus e vivida nas promessas abençoadoras do Senhor (Êx 23.25; Sl 97. 10; 2Pe
1. 14). O autor do Salmo 119, o qual muitos estudiosos afirmam que pode ter
sido Esdras, sabia disso.
O Salmista
sabia que não existe uma forma melhor de alcançarmos as coisas de Deus do que
pedindo a Ele em oração e vivendo de forma que O agrade de tal maneira que
nossa oração seja atestada por nossa vida prática, e dessa forma, atendida (Mt
7. 7, 8; Mc 11. 24; Jo 15. 7). Foi exatamente
isso o que ele fez no Salmo 119 versículo 38. Neste pequeno versículo ele fez
uma oração que apesar de resumida, é completa.
I.
O SEU
PEDIDO: “CONFIRMA”
Deus já havia deixado sua promessa para
seu servo. O contexto nos diz que essa promessa diz respeito ao que ele estava
esperando de Deus e a Ele pedia insistentemente. Promessas de consolo (Sl 119.
82), salvação e justiça (Sl 119. 123) que Deus lhe havia feito. Se realmente
Esdras foi o autor deste salmo, o consolo, salvação e justiça por ele
implorados a Deus referia-se provavelmente aos israelitas que estavam no exílio
da Babilônia, sofrendo o castigo pelos pecados por terem se rebelado contra
Deus.
Mas o crente
que tem comunhão com Deus tem promessa dEle (Êx 23.22; Dt 4. 40; 11. 27). Mesmo
assim, o fiel, mesmo tendo promessa, tem o dever de as buscar, para que Deus
veja seu interesse e o prepare para receber (Lc 24. 49). É o caso do cego
Bartimeu. Jesus sabia o que Bartimeu queria, mas perguntou a ele mesmo assim,
induzindo Bartimeu a manifestar sua fé ao expressar com suas próprias palavras
o que ele ao mesmo tempo precisava, queria e tinha fé de Jesus ser capaz de
fazer por ele. Jesus queria ouvir pessoalmente Bartimeu orando a Ele (Mc 10. 46
-50). E quando assim fez, Bartimeu foi curado (Mc 10. 51, 52).
Nossa oração impulsiona as promessas de
Deus a cumprirem-se em nossa vida (1Rs 8. 26). Quando dizemos “confirma ao teu
servo a tua promessa” é como se estivéssemos dizendo, em outras palavras:
“estou pronto para receber o que tens para mim, ó Deus”.
Você quer que as promessas de Deus se
cumpram em sua vida? Mas como está sua vida na presença de Deus? És tu um
verdadeiro servo de Deus?
II.
A SUA
INTERCESSÃO: “AO TEU SERVO”
Não é errado nós orarmos por nós mesmos.
O salmista assim fez quando pediu: “confirma ao teu servo (isto é, a mim
mesmo) a tua promessa”. Ele estava em um momento particular com Deus em oração
e em meio suas preces, aproveita para apresentar diante de Deus suas
necessidades pessoais e particulares (Rm 8. 16, 26, 27).
Note que ele fala com Deus e se designa
como “teu servo” (Sl 119. 125). O salmista sabia que tinha um dono, um patrão.
Deus era o seu Senhor, seu dono, e o salmista era o escravo dEle (Sl 2.11).
Este dono o havia feito promessas. Em sua oração Esdras tenta chamar a atenção
de Deus para sua vida como se estivesse dizendo “sou teu servo, olha para mim,
vê a minha necessidade”.
É bom recebermos oração dos irmãos, mas
eles não sabem nosso íntimo, não sentem nossas dores e na maioria das vezes nem
imaginam o que se passa em nosso interior conturbado e atribulado e por isso
deixam de orar por nós esquecendo-se de apresentar a Deus essa área de nossas
vidas. Mas quando intercedemos por nós mesmos nós apontamos para Deus aquilo
que nós mesmos sentimos, aquilo que nós mesmos precisamos.
Não é errado pedirmos oração para a
igreja, no entanto não devemos parar de orar por nós só porque a igreja já está
intercedendo por nós a Deus (Jó 15. 4). Da mesma forma, devemos orar por nós
mesmos, contando que não nos esqueçamos de orar pelos outros. Esta é a base da
intercessão. “Orai uns pelos outros” (Tg 5. 16).
Vemos nas páginas sacrossantas da Palavra
de Deus que Esdras, o sacerdote e escriba (Ed 7. 6, 11, 12, 21; 10.10, 16), era
realmente homem de oração (Ed 8. 21).
Amigo e irmão que lê estas palavras, tens
tu executado nesta terra teu papel de escriba ao estudar a Palavra de Deus e de
sacerdote ao elevar em oração a Deus as necessidades tuas, dos teus próximos e
da tua igreja, ao mesmo tempo que oferece teu corpo em sacrifício para que Deus
te use para este fim, o de alcançar as vidas perdidas (Ed 10. 1)?
III.
O SEU
ALVO: “A TUA PROMESSA”
Se os estudiosos estiverem corretos,
Esdras, que foi o possível autor deste salmo, estava consciente que Deus havia
prometido restaurar o povo de Israel que estava no cativeiro babilônico (Dn 9.
2; compare com Jr 25. 11, 12). Depois do fim do cativeiro babilônico, Ciro, o
novo imperador, que era Rei da Pérsia, assinou o decreto permitindo os judeus
voltarem para seu país (Ed 1. 1-4). Enquanto Neemias, o novo governador que
seria usado por Deus para reedificar os muros de Jerusalém iria repovoar
Jerusalém e reconstruir a parte social, econômica e física da sua cidade, a
Esdras ficou a incumbência, dada por Deus, de restaurar a parte religiosa e
espiritual ou seja, trazer de volta as cerimônias e o culto ao Deus vivo e
verdadeiro, além de convocar o povo para reedificar o Santo Templo do Deus
Eterno.
Esta era uma empreitada gigantesca e difícil,
reconstruir todo um país começando por sua capital. Mas Esdras orou ao Senhor e
disse: “cumpre ao teu servo a tua promessa”, era como se ele estivesse dizendo
também: “eu farei o possível para ver tua promessa cumprida em mim, Senhor”. O
alvo de Esdras era conseguir restaurar seu povo repatriado, e Deus prometera
que assim faria, que restauraria Jerusalém (Dt 30. 3; Is 11. 12; 60. 10; Jr 23.
3; Zc 10. 6). Esdras se colocou à disposição de Deus para este fim.
Nisso podemos aprender que muitas vezes podemos ser a própria resposta
das nossas orações. Esdras orava a Deus para que o Senhor restaurasse o seu
povo e acabou sendo um dos que Deus usou para esse objetivo.
Deus quer mudar a situação da sua
família, da sua casa, da sua rua, do seu bairro e cidade, mas será que você
está se dispondo para que Deus te use como Ele usou a Esdras?
IV.
A
CONDIÇÃO PARA RECEBER: TEMER A DEUS
Creio que não
precisamos lembrar que Esdras era um servo dedicado a Deus. Ele tem
características marcantes em seu caráter as quais faremos bem em imitar.
·
Ele testemunhava em sua vida um caráter íntegro
(Ed 7. 13-26);
·
Sua dedicação a Deus era notória (Ed 8. 21; 10.
1);
·
Ele lamentava o pecado do seu próprio povo (Ed
10. 6);
·
Ele chorava os pecados dos outros como se fossem
os dele (Ed 9.6);
·
Ele repreendia duramente ao pecado impenitente e
obstinado (Ed 10. 10);
·
Ele honrava a fé que tinha e ao Deus em quem
cria (Ed 8. 22);
·
Com relação à Palavra de Deus Esdras (1) Estudava-a
incansavelmente (Ed 7. 10), (2) Lia-a para o povo ouvir e ainda a explicava
(Neemias 8. 1-8); (3) Ele mesmo escreveu trechos da Bíblia, onde registrou os
acontecimentos dos quais ele foi protagonista, no livro que leva o seu nome e
que foi incorporado na Palavra de Deus, a qual ele tanto amava (Ed 7. 11 e o
fato de ser o possível autor do Salmo 119).
CONCLUSÃO
O Capítulo 10
do livro de Esdras conta-nos que ele orou, como fez no Salmo 119: 38 e sua
oração foi atendida. Por ele ser um servo que temia a Deus, o Senhor o ouviu e
cumpriu sua promessa, trazendo um grande avivamento para o povo de Israel, o que
consequentemente fez o povo se unir e trabalhar com todas as forças para
restaurar os muros e o templo e principalmente, ser restaurado espiritualmente
na presença do Senhor (Veja Ed 10. 1-44). Aleluia!
Deus te deu
promessas mas você caiu em pecado? Se você está com a vida em ruínas, igual aos
muros da cidade de Jerusalém, destruídos e derrubados, arrependa-se e renove
sua aliança com Deus. Faça como o povo e Israel no tempo de Esdras, confesse
teu pecado, sinta repúdio pelo mal por ti praticado, abandone a rebeldia e Deus
te perdoará, renovará e cumprirá também a promessa em tua vida! Faça isso antes
que seja tarde (Ap 2. 4, 5).
Para o Estudo 2 deste mesmo tema e versículo, clique aqui.
Toda glória seja dada a Deus
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