quinta-feira, 9 de outubro de 2014

LIÇÃO 2 - A Firmeza do Caráter Moral e Espiritual de Daniel (12 de outubro de 2014)

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TEXTO ÁUREO:  "E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, [...] portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar"
(Dn 1.8).

VERDADE PRÁTICA: A integridade de caráter implica uma disposição interior para se manter fiel aos princípios da vida cristã.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Daniel 1.1-8,17,20

PALAVRA CHAVE: DETERMINAÇÃONa lição é a forte inclinação de Daniel e seus amigos em não se contaminar com as iguarias do rei.

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INTRODUÇÃO

      Daniel é um exemplo de que o crente pode ir onde for  e estar  onde estiver, que se ele for fiel, a presença de Deus o acompanhará, mesmo que seja no maior centro pagão do mundo, onde a idolatria e a imoralidade se misturavam e queriam influenciar a todos. Daniel sabia que a presença de Deus é melhor que a vida  (Sl 63. 3) e ele também sabia o valor dessa comunhão com o Todo-poderoso (Sl 27. 8; 84.  10) e que a vida plena e verdadeira consiste em obedecer a lei de Deus (Dt  30. 15-20; Pv 1. 7; 4.13; Ec 7. 12). Estas mesmas verdades são atuais e aplicáveis para nós, que vivemos na época da Nova Aliança (Hb 11. 1, 2, 39, 40).

      Há quase dois mil anos atrás este jovem com seus amigos Hananias, Misael e Azarias nos deixaram um exemplo de como a firmeza de caráter é importante para quem deseja agradar a Deus (Sl 40. 8; 143. 10; Rm 8. 8; Hb 11.6). Veremos que as convicções destes quatro jovens só lhes trouxeram bem a eles mesmos e depois proporcionaram que Deus os usasse para testemunhar do Senhor e propiciar que Deus se revelasse no palácio daquele império pagão, falando aos reis que se assentaram no trono da Babilônia e falando a nós até hoje por profecias ainda não cumpridas, vaticinadas por Daniel.


     Bons estudo e boa aula!

 I. UMA RESTROSPECTIVA HISTÓRICA

     Nesta retrospectiva histórica o Pastor  Elienai Cabral aborda a situação de Judá antes e durante os primeiros anos de cativeiro babilônico nos aspectos moral, político e espiritual, repetindo praticamente informações que ele mesmo nos deu na primeira lição de Daniel, no seu segundo ponto, sob o título: “Os fatos que propiciaram o exílio na Babilônia”.

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1. A situação moral  e política  de Judá. Infelizmente neste item o escritor da lição publicada pela CPAD, Pr. Elienai Cabral não nos falou da situação moral, mas apenas da situação política de Judá. A lição já é resumida e superficial e ele ainda não aborda todos os assuntos que cita no seu esboço! Ele descreve a situação espiritual apenas no segundo item deste primeiro ponto da  lição (ou seja, no próximo item, o qual comentaremos a seguir). É pra isso que  existem comentários na internet aprofundados do comentário da lição publicada na revista trimestral, para completar e detalhar o que está publicado na revista da Escola Bíblica Dominical.

     Quando Deus anunciou o cativeiro a situação moral de Judá se confundia com sua situação política, no entanto abordaremos ambas, separadamente.

(A) A SITUAÇÃO MORAL. Judá havia se desviado do Senhor e o seu caráter moral é descrito como o de um povo que quebrou a aliança com seu Deus e estava praticando as abominações dos povos pagãos e idólatras, provocando  a irado Senhor abertamente e obstinadamente (Jr 11. 3-5, 8). O paganismo com sua imoralidade e idolatria, apagou o monoteísmo de seus corações e assim a aliança foi quebrada (Jr 2. 5, 11).

     Vários outros motivos incentivaram o juízo divino que trouxe o cativeiro de Judá na Babilônia:

*Orgulho e exibicionismo

“Naquele tempo, enviou Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, cartas e um presente a Ezequias, porque tinha ouvido dizer que havia estado doente e que já tinha convalescido. E Ezequias se alegrou com eles e lhes mostrou a casa do seu tesouro, e a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores ungüentos, e toda a sua casa de armas, e tudo quanto se achava nos seus tesouros; coisa nenhuma houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias lhes não mostrasse. Então, o profeta Isaías veio ao rei Ezequias e lhe disse: Que foi que aqueles homens disseram e donde vieram a ti? E disse Ezequias: De uma terra remota vieram a mim, da Babilônia. E disse ele: Que foi que viram em tua casa? E disse Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu deixasse de lhes mostrar.

     Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do SENHOR dos Exércitos:

     Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR. E dos teus filhos, que procederem de ti e tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia” (Is 39. 1-7).

* Egoísmo

“Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!”... “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”....“Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jr 17:5,7,10). 

* Governo opressor, sem justiça social

Ai daquele que edifica a sua casa com iniqüidade, e os seus aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário... Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão e a violência” (Jr 22. 13, 17).

“Também excedem o limite da maldade; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos necessitados. Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?” (Jr 5:28).

  “Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o explorado da mão do opressor. Não façais nenhum mal ou violência ao estrangeiro, nem ao órfão, nem a viúva; não derrameis sangue inocente neste lugar. Pois se deveras cumprirdes esta palavra, entrarão pelas portas desta casa reis que se assentem sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles, e os seus servos, e o seu povo. Mas se não derdes ouvidos a estas palavras, por mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor, que esta casa se tornará em assolação” (Jr 22:3-5).

* O povo escravizava seus próprios compatriotas

Ao fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu, que te for vendido, e te houver servido seis anos, e despedi-lo-ás livre de ti; mas vossos pais não me ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos. E vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, proclamando liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um pacto, na casa que se chama pelo meu nome; mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um o seu escravo, e cada um a sua escrava, que havíeis deixado ir livres à vontade deles; e os sujeitastes de novo à servidão. Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu vos proclamo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a fome; e farei que sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra” (Jr 34. 14-17).

* Falsos profetas e sacerdotes corruptos

“Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?” (Jr 5:31).

“Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote, cada um procede perfidamente. Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura se envergonharam por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma; nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto cairão entre os que caem; quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor” (Jr 6:13-15).

* Soberba em presumir que a cidade de  Jerusalém e o templo, por serem abençoados com a presença de Deus, não seriam invadidos

     A mensagem anunciada por Jeremias relembra a destruição de Silo, que fora justificada pelos profetas como conseqüência aos pecados cometidos pela população local.

     “Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Silo, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel. Agora, pois, porquanto fizestes todas estas obras, diz o Senhor, e quando eu vos falei insistentemente, vós não ouvistes, e quando vos chamei, não respondestes, farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como fiz a Silo. E eu vos lançarei da minha presença, como lancei todos os vossos irmãos, toda a linhagem de Efraim” (Jr 7.12-15).

     “Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis, e vos apresentareis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres para praticardes ainda todas essas abominações?” (Jr 7.9-10).

(B) A SITUAÇÃO POLÍTICA. O desviado povo de Judá parou de confiar no Senhor politicamente para confiar na força do Faraó Neco e em seu exército, que possuía muitos soldados com carros de guerra puxados por cavalos. Judá fez aliança com o Egito para que este o protegesse caso Nabucodonosor viesse invadir Judá. Era inútil querer a ajuda do homem quando se despreza a ajuda de Deus (Jr 2. 13). Eles foram avisados pelo Senhor que se voltassem para ele e não para o Egito, pois quem os podia salvar não era o homem, mas o Senhor Todo Poderoso (Is 30. 1-3; 36. 6), o Egito também cairia diante de Nabucodonosor (Jr 46. 1-10, 13-19; Ez 30. 1-10, 21-25), o que ocorreu em 606 a.C em Carquemis (2Rs 24.  1-7; Jr 37. 5-10).

     A  vinda de  Nabucodonosor, depois de vencer o Egito, para destruir  de vez com Judá em 15/16 de  março de 597 a.C, é descrita nas seguintes palavras:

     “Era Zedequias da idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e onze anos reinou em Jerusalém. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, seu Deus; nem se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do SENHOR. Além disso, também se rebelou contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não converteu ao SENHOR, Deus de Israel. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a Casa do SENHOR, que ele tinha santificado em Jerusalém. E o SENHOR, Deus de seus pais, lhes enviou a sua palavra pelos seus mensageiros, madrugando e enviando-lhos, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve. Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens, nem das moças, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos os deu nas suas mãos. E todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, e os tesouros da Casa do SENHOR, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para a Babilônia. E queimaram a Casa de Deus, e derribaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos. E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.” (2Cr 36. 11-21).

2.  A  situação espiritual de  Judá. A degradação moral não era só vista dentro do palácio de  Nabucodonosor e na cidade de Babilônia. Judá recebeu o aviso do cativeiro como castigo divino exatamente pelo motivo de ter se apartado de Deus e quebrado a aliança com Ele (Jr 11. 7-10), que foi exatamente o mesmo que o correu com Israel, o reino do lado Norte, quase um século antes, e nem mesmo assim tomaram seu exemplo para se arrependerem dos seus caminhos.

     Eles não davam ouvidos à Palavra de  Deus e ainda perseguiam os profetas que falavam em nome do Senhor (Jr 36. 29) além de darem ouvidos a falsos profetas que falavam para Zedequias que Nabucodonosor não iria sitiar Jerusalém (Jr 14. 13; 23. 14-16; 27. 9, 14-18). O rei Zedequias não acreditava nas palavras do profeta Jeremias por que ele pensava que elas se contradiziam com as profecias de Ezequiel. Jeremias afirmava que ele iria para a Babilônia (Jr 34. 1-3) enquanto Ezequiel falava que ele não veria Babilônia (Ez 12. 8, 10, 13).


3. O império babilônico arrasa  o reino  de Judá. Os conquistadores pagãos do passado, quando conquistavam novas terras e povos, uma das primeiras coisas que faziam era atacar o templo e seus governantes, o poder  político e religioso eram logo eliminados para enfraquecer ainda mais o povo e submetê-lo as ordens do conquistador.

     Foi por isso que Nabucodonosor tirou Jeoaquim e colocou seu tio Zedequias em seu lugar  no trono de Jerusalém, para ele ser um rei fantoche, submisso a Nabucodonosor, antes de Jerusalém ser  totalmente destruída após Zedequias se revoltar contra Babilônia quatro anos depois de ter sido posto por Nabucodonosor no reino e ter-lhe jurado fidelidade.

     Os conquistadores geralmente saqueavam os santuários e destruíam suas edificações sagradas, levando cativas as imagens dos seus deuses ou quebrando-as ali mesmo. Eles entendiam que se aquele povo estava sendo conquistado era porque seus “deuses” os abandonaram ou foram derrotados pelos poderes dos deuses que acompanhavam os conquistadores. Em seus gritos arrogantes e blasfemos de vitória e zombaria eles afirmavam: “Os teus deuses os abandonaram!” (Is 52. 5; Jr 50. 29).

     Era costume dos conquistadores afirmarem tais coisas para que o ânimo para lutar contra a dominação fosse psicologicamente abalado. Isso foi também praticado pelos conquistadores assírios, como nos mostra, por exemplo, 2Rs 18.13-35.

     O profeta Jeremias foi testemunha ocular  do cerco  contra Jerusalém, ele viu e descreveu no seu livro os acontecimentos que levaram o Rei Nabucodonosor entrar em Jerusalém por várias vezes levando cativos e, finalmente quando ele veio destruí-la, quando da rebelião de Zedequias  que havia sido posto no lugar de Jeoaquim, após um ano e meio de cerco da cidade de Jerusalém. Vejamos o que escreve o profeta no capítulo 52 de seu livro:

   “Era Zedequias da idade de vinte e um anos quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém; e o nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.   E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Jeoaquim.  Por esta razão, sucedeu que, por causa da ira do SENHOR contra Jerusalém e Judá, ele os lançou fora da sua presença; e Zedequias se rebelou contra o rei da Babilônia.  E aconteceu, no ano nono do seu reinado, no mês décimo, no décimo dia do mês, que veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela e levantaram contra ela tranqueiras ao redor. 

  Assim esteve cercada a cidade, até ao ano undécimo do rei Zedequias.   No mês quarto, aos nove do mês, quando a fome prevalecia na cidade, e o povo da terra não tinha pão,  foi aberta uma brecha na cidade, e todos os homens de guerra fugiram, e saíram de noite, pelo caminho da porta, entre os dois muros que estavam junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade ao redor), e foram pelo caminho da campina.  Mas o exército dos caldeus seguiu o rei, e alcançaram Zedequias nas campinas de Jericó, e todo o seu exército se espalhou, abandonando-o.  E prenderam o rei e o fizeram subir ao rei da Babilônia, a Ribla, na terra de Hamate, o qual lhe lavrou ali a sentença.  E o rei da Babilônia degolou os filhos de Zedequias à sua vista e também degolou a todos os príncipes de Judá, em Ribla.  E arrancou os olhos a Zedequias e o atou com duas cadeias de bronze; e o rei da Babilônia o levou para a Babilônia e o conservou na prisão até o dia da sua morte.

     E, no quinto mês, no décimo dia do mês (este era o décimo nono ano do rei Nabucodonosor, rei da Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, que assistia na presença do rei da Babilônia, a Jerusalém.  E queimou a Casa do SENHOR, e a casa do rei, e também a todas as casas de Jerusalém, e incendiou todas as casas dos grandes. E todo o exército dos caldeus que estavam com o capitão da guarda derribou todos os muros que rodeavam Jerusalém.

    E os mais pobres do povo, e a parte do povo que tinha ficado na cidade, e os rebeldes que se haviam passado para o rei da Babilônia, e o resto da multidão, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou presos.   Mas dos mais pobres da terra deixou Nebuzaradã, capitão da guarda, ficar alguns, para serem vinhateiros e lavradores.  Quebraram mais os caldeus as colunas de bronze que estavam na Casa do SENHOR, e as bases, e o mar de bronze que estavam na Casa do SENHOR e levaram todo o bronze para a Babilônia.  Também tomaram os caldeirões, e as pás, e os garfos, e as bacias, e os perfumadores, e todos os utensílios de bronze, com que se ministrava.  E tomou o capitão da guarda os copos, e os incensários, e as bacias, e os caldeirões, e os castiçais, e os perfumadores, e as galhetas, tanto o que era de puro ouro como o que era de prata maciça.  As duas colunas, e o único mar, e os doze bois de bronze que estavam no lugar das bases e que fizera o rei Salomão para a Casa do SENHOR, o bronze de todos estes utensílios era sem medida. Quanto às colunas, a altura de uma coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados a cercava; e era a sua espessura de quatro dedos, e era oca.  E havia sobre ela um capitel de bronze, e altura do capitel era de cinco côvados, e a rede e as romãs em roda do capitel; e tudo era de bronze; e semelhante a esta era a outra coluna, com as romãs.  E havia noventa e seis romãs em cada banda; as romãs todas eram um cento, em roda da rede.

    Levou também o capitão da guarda a Seraías, o sumo-sacerdote, e a Sofonias, o segundo sacerdote, e aos três guardas do umbral da porta.  E da cidade levou um eunuco que tinha a seu cargo a gente de guerra, e a sete homens dos que viam a face do rei que se acharam na cidade, como também o escrivão-mor do exército, que registrava o povo da terra para a guerra, e mais sessenta homens do povo da terra que se acharam no meio da cidade.Tomando-os, pois, Nebuzaradã, capitão da guarda, os trouxe ao rei da Babilônia, a Ribla.  E o rei da Babilônia os feriu e os matou em Ribla, na terra de Hamate; assim Judá foi levado da sua terra para o cativeiro. Este é o povo que Nabucodonosor levou cativo no sétimo ano: três mil e vinte e três judeus. No ano décimo oitavo de Nabucodonosor, ele levou cativas de Jerusalém oitocentas e trinta e duas almas. No ano vigésimo terceiro de Nabucodonosor, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou cativos, dentre os judeus, setecentas e quarenta e cinco almas; todas as almas são quatro mil e seiscentas.

    Sucedeu, pois, no ano trigésimo sétimo do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no mês duodécimo, aos vinte e cinco do mês, que Evil-Merodaque, rei da Babilônia, no ano primeiro do seu reinado, levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá, e o tirou da casa da prisão; e falou com ele benignamente e pôs o seu trono acima dos tronos dos reis que estavam com ele em Babilônia; e lhe mudou as vestes da sua prisão, e Joaquim comeu pão sempre na sua presença, todos os dias da sua vida. E, quanto ao seu tratamento, foi-lhe sempre dado o tratamento comum do rei da Babilônia, a sua porção cotidiana, até o dia da sua morte, todos os dias da sua vida”.

     Este mesmo texto se repete em Jr 39. 1-9ss, com menos detalhes.

     Quando o Rei da Babilônia entrou em Jerusalém, ele foi até Zedequias, matou seus familiares mais próximos e furou seus dois olhos e o levou a Babilônia, cumprindo assim as profecias de Jeremias e Ezequiel. Jeremias então fez uma pergunta contundente: “Onde estão, agora, os vossos profetas que vos profetizavam, dizendo: O rei da Babilônia não virá contra vós nem contra esta terra?” (Jr 37. 19).

     O texto acima (Jr 52) afirma que Jeoaquim, já em Babilônia comia pão na presença do rei, que era sua porção diária, na mesa de Nabucodonosor todos os dias da sua vida, algo totalmente proibido pela lei mosaica. Sim, o rei se rendeu, não só politicamente mas, psicologicamente, socialmente e espiritualmente. Ele estava derrotado em todas essas áreas. Tinha perdido a nação e não só seu reino e sua cidade e liberdade, mas também a sua identidade e a fé.

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Judá se encontrava espiritual e politicamente em uma situação desfavorável, o que facilitou a invasão e o domínio de Nabucodonosor.

PARE E PENSE

Extraído do belo estudo publicado em joaomarcus.blogspot.com.br

      Já sabemos que o motivo principal para o exílio babilônico foi a quebra da aliança por parte do povo. O exílio resultou na morte de muitas vidas e trouxe uma grande humilhação sobre a nação. Por outro lado, também resultou em muitas vantagens espirituais. Então, o que podemos aprender com este evento. Quais as lições que ficam ao estudarmos o cativeiro babilônico.

1. O Exílio foi uma forte disciplina de Deus sobre seu povo.

     “Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia...” (Jeremias 29:4).

   “No mesmo contexto encontramos uma palavra da profecia de Habacuque: “Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, meu santo? Nós não morreremos. ó Senhor, para juízo puseste este povo; e tu, ó Rocha, o estabeleceste para servir de disciplina” (Habacuque 1:12).

2. O Exílio serviu de purificação e amadurecimento na fé.

     “Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais” (Jeremias 29:5,6).

     “Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29:10,11).

3. O exílio mostrou através da queda de Jerusalém e da destruição do templo que a presença de Deus não está limitada a construções humanas.

    “Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei” (Jeremias 29:12-14).

     Este é o ensino de Jesus Cristo nas palavras para a mulher samaritana, em João 4:23,24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

4. O Exílio estimulou o surgimento de uma forma de adoração participativa e popular – A Sinagoga.

     O templo era um local de adoração, porém a participação popular era muito distante. O sacrifício era uma missão exclusiva dos sacerdotes. Com a destruição do templo houve a enorme necessidade do contato e comunhão com Deus. No exílio era fundamental o ensino da lei e da palavra de Deus para as novas gerações. A Sinagoga era o lugar para esta missão.

     Na época de Jesus Cristo este foi o lugar onde o ensino de Jesus floresceu. Por ser um ambiente onde todos podiam participar, era um ambiente totalmente favorável à pregação das boas novas de salvação a todos os homens e mulheres, sem distinção nem exclusividade.

     “Então voltou Jesus para a Galiléia no poder do Espírito; e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. Ensinava nas sinagogas deles, e por todos era louvado. Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir” (Lucas 4:14-21).

 5. O Exílio ensina a realidade de uma esperança escatológica que toca profundamente os servos de Deus em todos os tempos.

     A escatologia é a ciência da últimas coisas. Esta idéia da esperança escatológica está presente em toda a Bíblia. Viver em esperança escatológica é viver com qualidade de vida, é esperar a plenitude do tempo para voltar para casa. Deus cumpre os seus propósitos eternos. Deus orientou a seu povo a viver com sabedoria naquela terra estranha, mas eles deveriam saber que um dia iriam voltar.

     “E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29:7).

     O povo de Deus deve aprender a viver com os olhos na terra, mas com o coração no céu. É necessário todo esforço e oração pela paz da cidade. A Pregação do Evangelho é a proclamação da verdadeira paz e da Salvação eterna.

II. A FORÇA  DO CARÁTER

     Agora sim, após tanto tempo falando do contexto histórico do livro de Daniel, iremos explanar diretamente no seu texto e nos seus ensinamentos propriamente ditos.

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1. A tentativa de aculturamento dos  jovens hebreus (1.3, 4). O dicionário Aurélio define ACULTURAÇÃO como o “processo decorrente do contato mais ou menos direto e contínuo entre dois ou mais grupos sociais, pelo qual cada um desses grupos assimila, adota ou rejeita elementos da cultura do outro, seja de modo recíproco ou unilateral, e podendo implicar, eventualmente, subordinação política”. O inimigo conquistador de Judá não queria deixar mais nenhum traço que fosse das memórias de Judá.

     Ele queria transformar seus cativos hebreus em novos súditos babilônicos, como ele fez com o ex rei Joaquim, paganizando-o (Jr 52.  31-34). Para isso eles foram feitos eunucos, e o Comentário Bíblico Moody, comentando In Loco Dn 1. 3, afirma que “Há uma grande possibilidade de que Daniel e seus amigos tenham sido desvirilizados. Veja novamente a predição sinistra de Isaías (II Rs. 20:18)”. Os eunucos eram homens castrados que  trabalhavam para o Rei, soberano ou dono que estava a governar.

     Eles também iriam ter que aprender a língua dos babilônios (possivelmente incluindo o acadiano, além do aramaico). Daniel escreveu seu livro tanto em hebraico (1. 1-2.3; 8.1 – 12. 13) quanto em aramaico (2. 4 - 7.28). Ao aprender a língua de um povo, a cultura daquele povo é ainda melhor assimilada, chegando até a ensinar indiretamente como aquele povo pensa. Daniel, Hananias, Misael e Azarias aprenderam essa língua não só para melhor servirem a Nabucodonosor, mas para melhor se parecerem com os babilônios e pensar como eles. Daí a importância de o servo de Deus guardar a Palavra de Deus em sua mente e coração, para que outra coisa não ocupe seu lugar.

2.  O  caráter colocado à prova  (1.5-8). 

     Além do que já falamos, estes quatro jovens tiveram também os próprios nomes trocados. Seus nomes originais tinham um significado voltado para alguma mensagem sobre o Deus de Israel, já seus novos nomes falavam das divindades falsas da Babilônia. Em outras palavras, Babilônia queria fazer os jovens se esquecerem de Jerusalém, e Nabucodonosor queria que eles se esquecessem de Deus, e isso ele tentou fazer, modificando: (1) Sua cultura (v. 4), (2) Seus costumes (v. 5), (3) Sua identidade (vv. 6, 7) e até a sua devoção (Dn 6. 6, 7, 10). Todas essas mudanças não foram capazes de mudar o coração desses quatro jovens tementes ao Senhor.

Daniel (דניאל Dani’el – “o Senhor é meu juíz”) passou a se chamar Beltesazar (בלטשאצר Belt ̂esha’tstsar – “O tesouro (ou segredo) do deus Bel”).

Hananias (חנניה Chananyah – “O Senhor tem sido gracioso”) teve o nome mudado para Sadraque ( שדרך Shadrak - “Inspiração do Sol).

Misael (מישאל Miysha’el – “Ele é alguém que  vem de Deus”) passou a chamar-se Mesaque (מישך Meyshak – “Aquele que  pertence à deusa Sesaque).

Azarias (עזריה ÌAzaryah - “O Senhor é meu ajudador”) teve o nome profano de Abede Nego ( עבד נגו ÌAbed N ̂egow - “Servo de Nego” [A estrela da manhã]).

     A fé deles estava sendo posta  em prova na mudança de seus nomes, pois ficaria demonstrado se eles tinham Deus só em seus nomes ou em seu coração, se não se esquecessem dEle.

SINOPSE DO TÓPICO (2)

Daniel e seus amigos tinham um caráter imaculado e não se deixaram seduzir pelas ofertas malignas de Nabucodonosor.

PARE E PENSE

  Daniel e seus três amigos estavam na Babilônia, mas a Babilônia não estava neles. Apesar de a cidade de Jerusalém estar destruída e do Templo derrubado e de muitos israelitas terem aposentado suas harpas, a fé de Daniel, Hananias, Misael e Azarias não estava firmada em cidade ou templo, mas em Deus. Eles tinham consciência que Deus estava no controle ainda, mesmo depois de Jerusalém ter virado um montão de pedras queimadas, a identidade espiritual deles ficou intacta. Enquanto muitos hebreus cativos penduraram (aposentaram) as suas harpas (Sl 137. 1-4). No entanto, mesmo na situação em que estavam, esses quatro jovens não desistiram de crer no Senhor e por isso podiam cantar e lembrar das maravilhas da Palavra do senhor (Cl 3. 16). Eles não eram como árvores secas, mas eram árvores que ainda tinham vida abundante (Sl 1. 1-3), pois apesar das calamidades ocorridas com seu povo e sua terra, eles podiam ainda confiar na sabedoria que a Palavra de Deus lhes dava, para saberem se comportar no meio daquele povo pagão e idólatra e pelas promessas na Palavra de Deus, se alegrar e cantar por causa da esperança por ela transmitida (Dt 11. 18-21; Sl 40. 3, 8; Sl 119. 11; Rm 15. 4).

III.  A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS

     Daniel e seus amigos tiveram que ser fieis com Deus para que Deus mostrasse sua fidelidade a eles. Para isso eles tiveram que  fazer duas coisas: (1) Crer que Deus os recompensaria e os ajudaria por sua fidelidade; (2) E por isso eles deveriam ser igualmente irrepreensíveis, firmando um  propósito de serem fiéis em tudo, até nos mínimos detalhes, para poderem agradar a Deus, permitindo Deus agir em seu favor.

1. Uma firme resolução: não se contaminar (Dn 1.8). Daniel “assentou” ou resolveu (Almeida Atualizada, Heb. שׁים siym  “colocar, estabelecer, fixar”). ou seja, ele firmou um propósito sincero (“em seu coração”) de não se contaminar com as iguarias do rei. Esta resolução firme foi acompanhada por seus outros amigos, Hananias, Misael e Azarias, logicamente (Sl 141.4).

     O que ocorre é que os povos pagãos não consumiam apenas animais e carnes consideradas pela lei mosaica impuras, mas animais puros, que eram oferecidos, isto é, consagrados aos deuses. Enquanto o vinho que  tomavam era derramada uma parte como libação, no altar desses mesmos deuses. um  certo escritor chamado Athenus, referindo-se a este costume, chama os animais servidos nas mesas dos reis persas de ieria (grego), “vítimas”. Isso fazia os alimentos e as  bebidas serem não apenas impuros como pertencentes ao culto pagão.

    Note que Daniel pediu a Aspenaz, que era o “chefe” (isto é, encarregado ou gerente) dos eunucos (v. 3) de não participar de algo que feria sua fé monoteísta: “portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (v. 8). Depois, Aspenaz respondeu a essa proposta dizendo que temia por sua vida caso fizesse assim e fosse descoberto (v. 10), Aspenaz assim respondeu, mesmo sendo ele gracioso com Daniel (v. 9), pois o certo seria o próprio Aspenaz tê-lo matado ou denunciado a Daniel por essa proposta, que em si mesma era uma desfeita ao rei. Aspenaz não fez assim pois Daniel pediu de forma humilde e respeitosa. Então Daniel volta-se para o “despenseiro”, que era o funcionário encarregado da comida dos eunucos e lhe faz o mesmo pedido, com a sugestão de um teste (vv. 11-13) o qual foi aceito pelo despenseiro (v. 14).

     Nesta parte da lição publicada pela CPAD e escrita pelo pastor Elienai Cabral ele comete um erro ao descrever que “Daniel propôs outra dieta para  Aspenaz e o convenceu”. Na verdade Aspenaz temeu por sua vida, e quem aceitou a proposta não foi Aspenaz mas o encarregado da comida dos eunucos, que era chamado “despenseiro”.

2. Daniel, um  modelo  de excelência. Judá não mais existia. Os pais de Daniel e seus professores estavam provavelmente mortos. O templo de Deus estava ao chão. O novo lar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias seria a Babilônia. O ex rei Joaquim, mais tarde seentregou aos costumes pagãos, participando dos alimentos idolátricos do palácio do rei Nabucodonosor (Jr 52. 31-34). Daniel poderia ter sido conivente também. Ele não estava mais sob os olhares vigilantes nem de seus pais ou professores. No entanto ele sabia que Deus o estava olhando em todos os momentos. E por isso, ele decidiu continuar sendo fiel (Sl 101. 6; 139. 7-13; 2Tm 2. 13). Daniel é um modelo a ser seguido hoje por todos nós. Ele já desde jovem demonstra perspicácia e sabedoria para falar com os seus superiores, agindo prudentemente num ambiente onde ele poderia perder a vida facilmente por qualquer deslize (Dn 2. 11-14, 24). Até para repreender o profano Nabucodonosor, Daniel sabia como falar (Dn 4. 27). Devemos aprender isso (Pv 10.  2; 15. 1).

3. Daniel: modelo  de integridade x sociedade corrupta. Muitos servos de Deus que vivem nos tempos de hoje já não têm os mesmos valores morais dos tempos de Daniel. Os valores morais são princípios atemporais. Eles não tem “data de validade” e não mudam com a mudança da sociedade, pois esses valores morais são absolutos, ou seja eles são imutáveis (Pv 22. 28). Questões como o aborto, homossexualismo e casamento entre homossexuais, práticas ocultistas, adultério, virgindade, poligamia, etc são coisas que sempre serão abordadas e direcionadas pelo alto padrão moral da Bíblia. E as pessoas de hoje querem dar a entender que isso são coisas aceitáveis e que temos que ser tolerantes com esses assuntos e que esses “tabus” são coisas do passado. Vimos pelo exemplo de Daniel que não é bem assim. Pecado é pecado em qualquer época e lugar.

     Ademais, além de a comida e a bebida de Babilônia serem imorais, religiosamente falando, o historiador Flávio Josefo em seu livro História dos Hebreus, na seção Antiguidades judaicas, livro X, capítulo décimo, parágrafo 428 comenta o seguinte, falando sobre o fim dos dez dias de teste proposto por Daniel  onde eles não comeram a comida do rei, mas apenas legumes e água (v. 12):

“O corpo deles tornou-se mais belo e mais apropriado para o trabalho e a sua inteligência, mais pronta e capaz, porque não era enfraquecida pelas delícias que tornam os homens efeminados”. 

     Isso nos faz entender que os banquetes e refeições no palácio de Babilônia, além de terem comidas e bebidas oferecidas aos ídolos, eram acompanhados de orgias desenfreadas, onde o homossexualismo imperava.

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Daniel estava no exílio, mas seu relacionamento com Deus não foi afetado. Ele manteve-se fiel ao Senhor e às suas leis.

PARE E PENSE

Você tem realmente representado o reino de Deus nesta geração pecadora? Sua luz realmente brilha em meio as trevas? As pessoas ao seu redor dão testemunho que você é servo de Deus? Como sal da terra, você tem realmente impedido que a contaminação e a podridão do pecado se espalhem? Que possamos mais nos apegar a Deus pois só Ele pode nos capacitar a vivermos no mundo de hoje sem nos deixar influenciar  para o mal.

CONCLUSÃO

     A corrupção moral se alastra no meio do povo de Deus, onde o pecado parece não ser mais tão mortal como antes. O sabor da fruta da árvore proibida parece ser cada vez mais doce quanto ais mordemos ele. No entanto a influencia má deste mundo decaído e afastado de Deus apenas nos traz uma coisa: a separação de Deus e a consequente morte eterna.

     Não nos deixemos influenciar pelo mundo mal, mas permaneçamos firmes como Daniel (1Jo 2. 15-17)!

Amém.

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